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Arquitetos: WAATAA_we are all together around architecture; WAATAA_we are all together around architecture
- Área: 215 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:WAATAA PHOTOGRAPHY!
Descrição enviada pela equipe de projeto. Neste projecto, o contexto como proto-elemento do processo arquitectónico é especialmente relevante já que é muito rico, tornando-se mesmo complexo na relação entre as diversas condicionantes que nele são inerentes.
Mesmo estando localizado em meio urbano consolidado, denotam-se duas realidades distintas nos terrenos adjacentes. Num, emerge um pequeno bloco maciço de apartamentos. No outro, implanta-se uma moradia unifamiliar com logradouro tipicamente tratado e cultivado como se a mesma se localizasse em meio rural.
Desta forma, num terreno estreito, com uma configuração rectangular e praticamente de nível, desenha-se a casa de acordo com os alinhamentos da envolvente, assumindo-se como o ponto de transição entre ambas as realidades; a casa que constrói uma nova relação entre as diferentes tipologias, métodos construtivos, linguagens e formas de viver; a casa que gere contrastes e materializa ela própria esses mesmo contrastes.
No rés-do-chão, e tendo em conta a largura do terreno, opta-se por encostar a casa à estrema, como se de um muro se tratasse, de forma a libertar espaço de logradouro. Criam-se fachadas envidraçadas a norte e a sul para amplificar a noção de espaço e permitir uma permeabilidade entre interior e exterior. Pelo contrário, a poente, a moradia procura maior privacidade, construindo uma espécie de barreira que a proteja dessa realidade que aí se encontra. Em continuidade com a envolvente e de forma a não massificar em demasia a casa, opta-se por criar um anexo completamente separado que alberga a garagem e as zonas técnicas.
No piso superior, e em contraste com o inferior, a casa centra-se muito mais sobre ela própria. O volume construído posiciona-se centralmente em relação ao terreno como se estivesse simplesmente pousado e em equilíbrio. Os vãos são recordados do volume, abrindo-se como varandas para a realidade adjacente mais calma e serena. Prevalece a noção de privacidade, de protecção da realidade exterior e da agitação da cidade, com o objetivo de configurar um lar que favoreça tanto a interacção social, como a introspeção do indivíduo.